Antônio José Campos Moreira toma posse como procurador-geral do RJ
17/01/2025
No início da carreira, ele se destacou como chefe de gabinete do então procurador-geral de Justiça, Antônio Carlos Biscaia, no combate à influência do bicheiro Castor de Andrade. Antônio José Campos Moreira toma posse como procurador-geral do RJ
Tomou posse, na manhã desta sexta-feira (17), o novo procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Antônio José Campos Moreira. Ele foi o mais votado na eleição do Ministério Público do Rio (MPRJ). Antônio José tem 38 anos de experiência, a maior parte na área criminal.
Ele teve 583 votos, contra 346 de Leila Costa, a única concorrente. Desta vez, a eleição não teve um terceiro membro do MPRJ para formar a chamada lista tríplice. A lista foi enviada ao governador Cláudio Castro (PL), que escolheu o mais votado.
Em 2023, Leila foi a mais votada, mas houve polêmica, uma vez que o governador decidiu optar pelo segundo colocado, mantendo Luciano Mattos no cargo, que ele ocupou até esta quinta-feira (16).
Segundo o novo procurador-geral, entres as suas prioridades à frente do MPRJ estão o fortalecimento do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), no enfrentamento das milícias, do tráfico de drogas e do jogo do bicho, e a criação de duas equipes especiais.
“O Ministério Público tem um papel fundamental nesse aspecto, papel de contribuir, eu não diria para a solução do problema, mas para que os níveis de criminalidade sejam reduzidos a toleráveis, que possam ser aceitáveis. O que não se pode aceitar é uma cidade ou estado loteado por facções”.
Antônio José pretende também criar um núcleo de combate a golpes cibernéticos e jogos eletrônicos ilegais.
Ao centro, Antônio José Campos Moreira, novo procurador-geral do RJ
Rafael Nascimento/g1 Rio
'Não podemos aceitar um estado loteado por facções'
Em seu discurso de posse improvisado, Antônio José afirmou que não pode se tolerar a criminalidade no estado.
"[É preciso] Trabalhar para a solução dos problemas. O que não se pode aceitar é estado dominado por facções. Tráfico, milícias, consórcio entre tráfico e milícias. [Essa é a] Realidade trágica que atinge a parcela [da população] que vive em comunidades ou bairros que viraram refúgio da criminalidade”, disse Antônio José, que completou:
“Foco deve ser a ação penal. É um equívoco acreditar que crime tem única causa a desigualdade social. Crime hoje envolve muito dinheiro. Asfixiar organizações criminosas mais importante que prender. Prender importante também".
Segundo o novo procurador de Justiça, o MPRJ terá um olhar atencioso as vítimas da criminalidade e punirá os maus policiais.
“Ministério Público vai olhar pra vítima. Vítima não tem gênero, sexo, não tem cor. Vítima é vítima. Vamos criar Subprocuradoria Geral de Proteção à Vítima", disse Antônio José, que salientou:
"Não admitiremos em hipótese alguma usurpação de atribuição. Vamos apoiar todas as ações legítimas dos órgãos de segurança pública. Desvio é exceção. Não deixaremos de coibir episódios pontuais de desvio e abusos".
Investigou Castor de Andrade
No início da carreira, Antônio José se destacou como chefe de gabinete do então procurador-geral de Justiça, Antônio Carlos Biscaia, no combate à influência do bicheiro Castor de Andrade, em Bangu, na Zona Oeste.
Na época, o contraventor chegou a perguntar que "polícia era essa?", cujos nomes não constavam em sua lista de pagamento de propinas.
Biscaia e Antônio José chamaram policiais do serviço reservado da Polícia Militar e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) para atuarem na operação policial no bunker de Castor.
Foi nessa ocasião que foi divulgada a "lista de propinas" do contraventor, com nomes de políticos, policiais e famosos.
Novo defensor público-geral do RJ
Primo da ex-prefeita de Magé Núbia Cozzolino, Paulo Vinícius Cozzolino Abrahão é o novo defensor público-geral do Rio
Divulgação
O novo defensor público-geral do RJ, Paulo Vinícius Cozzolino Abrahão, tomou posse no final da tarde desta quinta (16). O evento aconteceu na Sala Cecília Meireles, no Centro do Rio, e o mandato é de 2 anos.
Ele foi nomeado pelo governador Cláudio Castro em novembro do ano passado depois de ter sido o mais votado para assumir o cargo em uma eleição interna.
Cozzolino já atuou em 28 cidades como defensor e presidiu a caixa de assistência aos membros da Defensoria. Ele também é professor universitário.
Durante seu discurso, Cozzolino — que é primo da ex-prefeita de Magé Núbia Cozzolino, que já foi presa por crime de responsabilidade e formação de quadrilha — defendeu a necessidade de um reajuste no orçamento da Defensoria Pública.
Durante a campanha eleitoral, ele se comprometeu a buscar melhores condições de trabalho e a promover a mediação como alternativa para a resolução de conflitos, com o objetivo de reduzir a judicialização.